quinta-feira, 18 de abril de 2013

Sobre a bomba de infusão de insulina

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    Eu uso bomba de infusão de insulina há quase 4 anos. Ela virou o quinto membro do meu corpo. Hoje eu tenho 2 braços, 2 pernas e uma bomba. Eu uso essa bomba porque foi indicação da minha médica. Ela pediu para que eu engravidasse com a bomba e assim eu fiz. Junto com a bomba eu uso o sistema de monitoramento contínuo de glicose (CGMS, sigla em inglês), que também foi indicado pela minha médica.
    Por que eu estou falando isso? Porque eu tenho tido uma impressão que algumas pessoas acham que: a bomba de infusão de insulina é a solução para todo e qualquer problema relacionado ao diabetes; que a bomba é melhor que Levemir / Lantus / NPH / Insulina Regular; com a bomba não é necessário fazer os dextros; com a bomba a gente pode comer o quiser, na quantia que quiser no horário que quiser; com  a bomba a gente pode praticamente esquecer que é diabético.
    A bomba ajuda? Ajuda, e muito! Todo mundo precisa usar bomba? NÃO!!!! Eu uso a bomba porque eu não consegui um bom controle com a NPH e depois com a Levemir e insulina de ação rápida. Eu precisava ter um excelente controle para engravidar, então a minha médica decidiu que para mim, esse seria o melhor tratamento. Eu me lembro claramente da minha médica me falando de uma outra paciente que ela tem, diabética tipo 1 como eu com a HbA1c (hemoglobina glicada) na casa dos 6,0 usando NPH + Insulina Regular. Existem muitas mulheres diabéticas tipo 1 que engravidaram saudáveis e tiveram seus bebês saudáveis com NPH ou Lantus / Levemir.  A bomba não é um artefato criado só para substituir as picadas das injeções de insulina e também não é um passe de mágica.
   Para usar a bomba, é necessário saber fazer corretamente a contagem de carboidratos. Hoje, quando estou em casa, eu peso na balança alimento por alimento e faço a regra de três (de matemática) para ter uma contagem de carboidrato bem precisa, que faz muita diferença no controle. Uma pessoa que não faz contagem de carboidratos não pode usar a bomba sem primeiro dominá-la.
   Hoje, usando a bomba com o CGMS eu faço uma média de 8 dextros por dia, conto carboidratos, penso bem no que eu vou comer e como vai afetar a minha glicemia e tenho que praticar exercícios físicos (prometo que vou retomar os exercícios logo, logo!!!!!). Isso deveria ser a rotina de qualquer diabético, independente do tipo de tratamento que faz.
   O que eu quero deixar hoje aqui é que antes de pensar em usar a bomba de infusão de insulina, pense nessas perguntas: Eu tenho indicação médica para usar a bomba? Estou tendo sucesso com a insulina que estou usando atualmente? Eu sei fazer a contagem de carboidratos direitinho? Estou disposto a me adaptar a esse novo tratamento? Estou disposto a furar o meu dedo várias vezes por dia para controle da glicemia? Estou disposto a andar com um aparelho grudado no meu corpo? Estou disposto a arcar com as despesas da bomba ou correr atrás dos meus direitos para conseguir a bomba pelo governo? Eu fiz tudo possível com outros tratamentos para o diabetes que não deram os resultados esperados?
   Para mais informações sobre a minha experiência com a bomba, clique nesses links:
   É isso pessoal! Vamos que vamos na nossa luta para mantermos o bom controle glicêmico, o ânimo e a perseverança!

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