terça-feira, 15 de outubro de 2013

Aquela da hipoglicemia de madrugada

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 Sabe uma das coisas que eu mais odeio na hipoglicemia? É a nossa incapacidade de pensar e consequentemente de tomar as decisões mais estúpidas que poderiam ser tomadas naquele momento. No domingo passado eu tive um problema no sensor e antes de dormir eu o tirei do braço. Para confirmar que a Lei de Murphy existe sim, eu acordei lá pelas 4:00 da manhã me sentindo tonta e fraca. Como tinha tirado o sensor antes de dormir, eu estava sem recursos para me avisar que a minha glicemia estava caindo. A primeira reação que tive foi de virar para o lado e dormir mais um pouco. Graças a Deus eu acordei de novo e pensei "levanta agora, você está com hipo". Quando a minha perna não obedeceu meus comandos eu vi que o negócio estava sério. Eu não medi a minha glicemia, mas certamente eu estava na casa dos 40 mg/dl.
  O que eu deveria ter feito: chamado o Humberto, ter medido a minha glicemia e ter tomado o suco que ele teria me trazido. O que eu fiz: saí quietinha do quarto para não acordá-lo, me arrastei até a cozinha, peguei a caixa de bombom, abri e detonei a caixa. (Calma mãe, o final não é trágico.) 
   Eu juro de pé junto para vocês que eu sei que chocolate é um péssimo alimento para se comer na hora da hipo, porque a gordura do chocolate faz com que a absorção do açúcar se torne lenta. Só que na hora do desespero, sem conseguir pensar direito, foi o que eu fiz. Deitei no sofá da sala com a caixa de bombom em cima de mim e comi sem dó. Peguei no sono com todos os sintomas de hipo (língua formigando, fraca, tonta, etc...). Tudo isso sem ninguém saber que eu estava com hipo. A minha maior preocupação era de não acordar o meu marido. Dá para entender um negócio desses?
  Bom, depois de mais uns 15 minutos, acordei de novo e vi que estava melhor. Olhei para a caixa de bombons e comecei a cantar "olha a onda, olha a onda (palmas, palmas)". A glicemia baixa com certeza estava subindo feito uma onda de tsunami. Fui deitar na cama e antes de dormir, calculei por cima os carboidratos que comi, coloquei a glicemia de 40 mg/dl na bomba, coloquei os carboidratos e usei o bolus onda quadrada de meia hora, para aquela insulina não ser administrada toda de uma vez e eu ter outra hipo.
   Quando o despertador tocou 7 da manhã eu estava me sentindo só o pó e morrendo de medo de fazer um teste, porque tinha certeza de que estaria com a glicemia nas alturas. Fui surpreendida com um 178 mg/dl. Isso está muito longe do ideal, mas quando a gente espera um 300 mg/dl e vê um 178 mg/dl, a gente só tem uma coisa para fazer. Comemorar! 
   Enfim, esse é o meu dia a dia com diabetes. O mais importante é nunca desistir. É planejar melhor, aprender com os erros e viver feliz, porque, afinal de contas diabetes é apenas uma parte das nossas vidas!
   
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