No ano 2000, o filho de 11 meses do professor doutor de engenharia biomédica Edward R. Damiano foi diagnosticado com diabetes tipo 1. Nesse mesmo ano, o Dr. Damiano decidiu investir toda a sua carreira para encontrar uma forma segura de controlar a glicemia sanguínea com precisão e o mínimo de intervenção humana. A meta dele era de realizar esse sonho até 2017, ano em que seu filho vai para a faculdade morar sozinho.
Nos últimos anos esse estudo tem evoluído, sendo testado primeiro em animais e agora em humanos. A primeira etapa do estudo em humanos foi feito no Massachussets General Hospital, na cidade de Boston, nos EUA. Algumas pessoas ficaram 2 dias no hospital para testar esse novo tratamento. Essa parte foi feita dentro do hospital apenas para que os médicos pudessem acompanhar essas pessoas durante as 48 horas. A segunda fase do estudo, chamado de Beacon Hill Bionic Pancreas Study foi feito com 20 diabéticos tipo 1, residentes em Boston. Eles puderem fazer suas rotinas diárias, mas tinham que ficar em um raio de 5 km de distância do hospital. Esses participantes tiveram que dormir em um hotel para que uma enfermeira pudesse acompanhá-los e fazer testes durante a noite. Esse estudo foi conduzido por 5 dias. A terceira fase desse estudo está acontecendo agora, em um acampamento para crianças diabéticas no estado de Massachussets (camp Joslin). 16 meninos e 16 meninas usarão o pâncreas biônico por 6 dias e depois usarão um sistema de monitorização contínuo de glicose por mais 6 dias para comparar o controle glicêmico com e sem o pâncreas biônico. A fase final do estudo será testar o pâncreas biônico em 50 a 60 funcionários do Massachussets General Hospital que são diabéticos tipo 1 por um período mais longo. Por último, junto com as empresas fabricantes de bomba de infusão de insulina, o Dr. Damiano e sua equipe irão desenvolver uma bomba única de infusão de insulina e glucagon. Depois disso, o FDA (órgão americano correspondente a nossa Anvisa) dará a aprovação final para a comercialização do pâncreas biônico.
O que é um pâncreas biônico?
O pâncreas biônico consiste em 1 bomba de infusão de insulina, 1 bomba de infusão de glucagon, 1 sistema de monitorização contínuo de glicose e 1 iPhone. O iPhone tem um aplicativo que contem um algorítmo que "toma as decisões" de quando e quanto liberar de insulina ou glucagon. Portanto, o sensor manda dados para o iPhone, o iPhone comanda as bombas. Ele é chamado de circuito fechado (closed loop).
Qual é a grande vantagem disso? O sensor lê a glicemia de 5 em 5 minutos, e com esse circuito fechado, a glicemia é continuamente ajustada pelas bombas de insulina e de glucagon. Se a glicemia começar a subir, a bomba de insulina libera insulina. Se a glicemia começar a cair, a bomba de glucagon libera glucagon. Isso tudo antes de se realmente chegar em uma hipoglicemia (glicemia baixa) ou hiperglicemia (glicemia alta). Não há mais a necessidade de se fazer contagem de carboidrato. Não há mais a necessidade de se calcular basal temporário quando se faz ginástica ou quando se está doente. Não há mais a necessidade de se medir 8 ou 10 ou até mais vezes a glicemia capilar por dia. O pâncreas biônico fará tudo sozinho. O risco de se ter uma hipoglicemia, que pode ser fatal, durante o sono?? Isso vai ser história do passado.
Depoimento
Anna Floreen foi uma das participantes da segunda fase do estudo. Ela relatou que ela viveu 5 dias sem diabetes. Não se preocupou de contar carboidrato. Não se preocupou com hipoglicemias ou hiperglicemias. Não se preocupou de tentar fazer o que o seu pâncreas deveria fazer por ela. Ela se sentiu livre, sem o estresse emocional que o diabetes traz. Clique aqui para ler o depoimento completo da Anna Floreen sobre os 5 dias com o pâncreas biônico (em inglês).
Concluindo, eu não sei se algum dia eu verei uma verdadeira cura para o diabetes, sem precisar usar bomba, sensor, ou seja o que for (até rimou... rsrsrs...). O que eu sei é que eu realmente não me importo nenhum pouco de algum dia usar uma bomba e um sensor que faça literalmente tudo pelo meu controle glicêmico. Sinceramente, eu usaria 2 bombas mais um sensor numa boa (caso não consigam juntar a bomba de insulina com a bomba do glucagon, o que eu acho bastante improvável). Isso para mim já é uma cura. De tudo que eu vejo na internet, essa parece ser a solução mais próxima da cura em um futuro próximo, que realmente está indo para a frente, com pessoas sendo testadas, com a aprovação do FDA para essas pessoas fazerem o estudo clínico. Quando isso vai ser comercializado, ainda não sabemos (apesar da previsão ser 2017). Quando isso vai chegar ao Brasil e passar por todo o processo de aprovação pela Anvisa, também não sabemos. O que eu sei é que está próximo de chegar e eu estou próxima da minha cura. Essa é a minha esperança!!! E você, ficou animado também?? Conhece outros estudos que também são bastante promissores? Compartilhe!!!
Fonte: