quinta-feira, 30 de julho de 2009

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Ontem de manhã, depois de me dar conta que nem sal eu tinha mais em casa, decidi ir ao supermercado. Essa é uma tarefa que eu DETESTO fazer. Acho que é por isso que eu sempre espero acabar absolutamente tudo em casa para ir ao mercado. Antes de sair de casa o Humberto me lembrou que eu não posso deixar de comer alguma coisa durante as compras senão eu chego com uma hipoglicemia daquelas em casa. Isso acontece 99% das vezes que vou ao mercado. Saí de casa munida com uma barrinha de cereal na bolsa.
A medida que fui fazendo as compras eu entendi a raiz do meu desgosto em fazer compras: eu tenho que ler o rótulo de quase tudo e achar a combinação perfeita entre carboidrato, gordura e fibras. Fazer isso demora muito. Por exemplo, na barrinha de cereal, eu tinha que ver se tinha menos de 15 gramas de carboidrato (os meus lanches não podem ser de mais do que 15 gramas de carboidrato), quantas calorias, qual a porcentagem de fibras. Como havia novas opções na prateleira, fui olhando uma por uma. Isso só na barrinha de cereal. Outro fato importante é o preço que se paga para ser saudável é alto. Arroz integral, bolacha integral, macarrão integral, farinha integral, iogurte light, requeijão light, margarina light, geléia diet e a lista continua. Ah!! Também tem o fato que eu tenho intolerância à lactose e o leite de soja light é uma facada!!!
Mas ao mesmo tempo, eu fiquei muito feliz de saber que, graças a Deus, eu tenho condições de ter uma dieta saudável. Todo mundo sabe que a dieta com grãos integrais e pouca gorudra é boa para diabéticos e não diabéticos. Eu fico me perguntando as vezes como eu seria se não fosse diabética. Será que eu me importaria com o que eu como? Será que eu me importaria de fazer exercícios? Será que eu iria de tempos em tempos ao médico para fazer um check-up? Eu não vou dizer que ser diabética é bom, mas a disciplina que a gente adquiri por ser diabético é muito boa.
Bom, depois das minhas profundas reflexões no supermercado (rsrsrs...), cheguei em casa, subi toda a compra (eu moro em apartamento), guardei toda a compra, almocei e dei pulos de alegria quando fiz a ponta de dedo e estava com 123 mg/dl!! :) Nada de hipo!!!!!!! É impressionante como um detalhe faz toda a diferença. Se eu não tivesse comido a barrinha de cereal, provavelmente chegaria em casa com hipo. Falando em detalhes, eu li essa semana em um site para diabéticos (infelizmente eu não me lembro da fonte, então vocês terão que acreditar na minha palavra...) que se a gente esquecer de tomar a insulina de ação ultra rápida na hora das refeições uma vez por semana, a Hb1ac fica muito mais alta. São os detalhes que garantem o nosso sucesso no controle e é muito gratificante ver o resultado do nosso esforço ao prestarmos atenção nos detalhes!!
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terça-feira, 21 de julho de 2009

Hi tech diabetes

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Vou começar hoje dizendo que fiz ginástica de manhã (YES!!). Andei 4 km em 45 minutos. Estou muito orgulhosa de mim mesma! :) A única coisa que não deu muito certo foi que eu tive que almoçar mais tarde por causa do meu trabalho e mesmo fazendo testes e comendo um pouco a mais, tive uma hipoglicemia na hora do almoço. O bom foi que eu resolvi isso com um prato de arroz e feijão ao invés de pão com Nutella (o Humberto sabe do que eu estou falando).
Mudando de saco para mala, eu tenho procurado sites sobre diabetes ultimamente. Eu já falei do blog que me inspirou a começar o meu e eu encontrei alguns blogs bem legais de diabéticos aqui do Brasil. Eu não sei se eu não estou pesquisando direito, mas parece que tem muito mais blog de americanos diabéticos do que de brasileiros. Muita gente falando da sua rotina, de seus alvos e de suas lutas. Agora, a grande descoberta do dia foi o www.tudiabetes.com. Esse é o facebook ou orkut dos diabéticos!!!!!!!!!! Você se inscreve, tem a sua página, coloca a sua foto, procura por amigos, deixa posts nas páginas de outras pessoas e se associa a grupos de interesse. Quando você preenche o formulário eles te perguntam quando você foi diagnosticado, que tipo de diabetes você tem, qual é o glicosímetro que você usa e qual foi o último resultado do seu HbA1c.
Toda essa informação fica no seu perfil. Eu achei engraçado e legal ao mesmo tempo! Quem tem parente ou amigo com diabetes pode se inscrever também. Então família e amigos, se vocês quiserem... Não sei se vou encontrar diabéticos brasileiros ali, mas só de saber que tem muita gente que sabe exatamente pelo que você passa todo dia é muito bom. Ver os posts de outros diabéticos me anima muito, mas muito mesmo, em perseverar, em tomar vergonha na cara e fazer o que tem que ser feito! rsrs...
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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Dia a Dia

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Vou começar hoje dizendo que não sou a melhor das diabéticas. Não quero passar a impressão que eu sempre faço tudo certinho porque isso é uma grande mentira. Hoje, por exemplo, não fiz nenhum tipo de exercício físico. O pior é que eu tive o tempo para fazer, mas não o fiz. Exercício físico é a minha luta número 1. Nunca gostei de fazer exercício, sou super descoordenada e não pratico nenhum esporte que envolva uma bola (eu + bola = desastre). Eu também estou um pouco acima do meu peso ideal e estou me esforçando para emagrecer. Eu esqueço de marcar o resultado dos meus testes e as unidades de insulina que eu tomo. Mas eu quero melhorar. Principalmente na parte de exercício físico. É impressionante como o meu controle melhora quando eu faço exercício.
Bom, mudando um pouco de assunto, tive uma hipoglicemia federal ontem de madrugada. Acordei às 5:30 da manhã com 38 mg/dl. Fui desesperada para a cozinha e comi feito louca. Como era de se esperar, quando levantei da cama às 8:00, já senti que a minha glicemia estava nas alturas. Fiz o teste: 274 mg/dl. Depois de uma grande hipo. vem sempre uma grande hiper. Quando eu contei para o Humberto o que tinha acontecido ele ficou bravo comigo porque eu não o acordei para me ajudar. Eu realmente deveria ter acordado ele, porque a minha hipo. foi perigosa. Mas quando a gente tem hipo, a gente não consegue pensar direito e toma decisões que depois a gente fala: "Eu não acredito que eu fiz isso!!!" Eu já fiz cada coisa com hipo... mas essas histórias eu vou deixar para uma próxima vez. Consegui controlar a minha glicemia e terminei o dia com 94 mg/dl e acordei hoje com 70 mg/dl. Viva a Novorapid!
Esse é um pouquinho do dia a dia de uma diabética que ama viver, mesmo com esses pequenos desafios!!
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quinta-feira, 16 de julho de 2009

Que a verdade seja dita

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Eu acompanho um blog de uma americana diabética tipo 1. Eu comecei o meu blog inspirada por ela. O blog é www.sixuntilme.com e a Kerri, blogueira, trabalha, pelo o que eu entendi, como uma das editoras do site www.dLife.com, site que dá todos os tipos de informação para diabéticos. Ela é muito ativa na comunidade diabética dos E.U.A. e sempre participa de encontros, congressos e etc... Ontem eu li uma coisa no blog dela que mexeu comigo. Ela participou de um congresso em Orlando, Florida na semana passada organizado pelo Children With Diabetes (CWD), como se fosse a nossa Associação de Diabéticos Juvenis. Neste congresso ela assistiu uma palestra ministrada por um enfermeiro diabético e nessa palestra, além de outros assuntos, ele abordou o tema que para mim é um pouco complicado: o fato do diabético odiar ser diabético.
Ah... ele teve a coragem de falar isso. Em um congresso. Para diabéticos.
Eu sempre achei que essa frase era proibida de ser verbalizada, porque se eu odeio ser diabética, logo, sou infeliz e não me cuido.
O palestrante, porém, não acabou o raciocínio dele assim. Ele concluiu que você não precisa amar ser diabético. Você pode sim odiar ser diabético. MAS, você precisa se cuidar. Amando ou odiando, de bom humor ou de mau humor, com chuva ou com sol. Só que todo diabético tem o direito de ter crises e revoltas.
Como é que eu lido com isso? Eu tenho sim as minhas crises, vontade de chutar o balde e parar de me cuidar, especialmente quando eu penso que quando eu acordar amanhã, eu vou ter que tomar pelo menos 5 injeções de novo, furar o meu dedo pelo menos 5 vezes de novo, contar os carboidratos de tudo que eu comer de novo, anotar toda esssa rotina de novo, fazer exercício físico de novo, ter uma hipoglicemia de novo, ter uma hiperglicemia de novo. E essa angústia não é só até o final da semana, final do mês ou final do ano. É, a não ser que se encontre a cura, até o final da minha vida. Quem é que vai gostar de uma coisa dessas?????????????????????????????
Por isso, quando eu preciso, eu choro. Eu choro no ombro do meu marido e ele chora comigo. Ele me conforta e me anima. Choro também com 3 amigas especias: minha irmã, a Bia, minha cunhada, Denise e minha amiga Karina. E se a crise persiste, converso com a minha psicóloga. Além de tudo isso, eu sempre recorro a Deus, que é o meu socorro presente na hora da angústia.
Eu creio que nós que temos uma doença crônica temos que nos cuidar para não entrarmos em depressão.
Concluindo, eu não preciso gostar das injeções, das hipos, das hipers, etc... mas já que a vida me presenteou com o diabetes, vou fazer de tudo que está ao meu alcance para ser saudável. No final das contas, o que eu vou odiar mesmo, é sofrer com as consequências do diabetes por pura irresponsabilidade minha!!
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segunda-feira, 13 de julho de 2009

Pior que vi e ouvi

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Hoje vou me dedicar um pouco em imortalizar os absurdos que já vi e ouvi na minha vida. Devo dizer, porém, que esse título não é somente de minha autoria. Minhas amigas da faculdade Thais, Renata e Eliane tiveram participação ativa nesse processo. Tudo começou um dia quando começamos a lembrar de todos os absurdos que tínhamos ouvido de muitas pessoas diferentes e achamos que seria uma excelente idéia escrever cada um deles e publicar em um livro entitulado "O Pior que Vi e Ouvi". Quem sabe isso não vira um livro mesmo!!!!
Bom, lá vai o primeiro:
Estava eu, em uma lanchonete, com vários amigos, num sábado a noite, quando fiz o meu pedido de lanche para o garçom. Eu disse:
- Por favor, eu quero um misto quente com um suco de manga sem açúcar. Tem que ser sem açúcar, porque eu não posso tomar açúcar!!
Ele me disse:
- Pode deixar, eu trago o suco sem açucar.
Daqui a pouco vem o meu lanche e o meu suco de manga. Dei aquele gole. Senti na hora a minha glicemia ir para 1000 mg/dl de tanto açúcar que tinha naquele suco. Chamei o garçom. Segue o diálogo abaixo:
- MOÇO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Eu pedi um suco SEM açúcar!!
- Eu sei, o suco está sem açúcar.
- Como é que o suco está sem açúcar!!!! Esse suco está um melado só!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
- É porque a gente trocou o açúcar por leite condensado.
Pois é... eu acho que essa tinha que estrear O Pior que Vi e Ouvi!!
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sexta-feira, 10 de julho de 2009

Feriadão

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Ontem, o que parecia ser um passeio de índio, acabou virando um passeio muito legal! O dia estava perfeito, com um sol bonito raiando, poucas nuvens no céu e a temperatura na casa dos 25 graus. Depois de muito debater com o Humberto e com a Denise, minha cunhada, acabamos decidindo ir ao Parque Ibirapuera. Fiquei com medo de ser ruim, porque o Parque Ibirapuera é a opção de passeio de quase todo paulistano que acaba ficando por aqui nos feriados. Fomos com as minhas três sobrinhas Rebecca, Susanna e Isabella, que eu carinhosamente chamo de pacotinhos de gostosura, e com a minha outra cunhada Juliana. As minhas sobrinhas são filhas da Denise.
Chegando lá, vi que tinha muita gente, como já era de se esperar. Mas o parque estava maravilhoso!!! Aquele sol raiando entre as árvores foi fantástico!! Andamos bastante e ajudamos a Rebecca aprender a andar de patins. Sentamos na grama, debaixo da sombra de uma árvore e vimos o tempo passar. Almoçamos no restaurante do parque e fiquei feliz da vida de ver que havia muitas opções saudáveis para eu escolher. Terminamos o dia no planetário com a apresentação "Planetas do Universo".
Esse passeio foi ótimo para o meu controle glicêmico também. Cheguei lá com 120 mg/dl e saí de lá com 120mg/dl!! :)
Viva o Parque Ibirapuera!!!
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quarta-feira, 8 de julho de 2009

A saga da bomba

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Fui segunda-feira com o Humberto (meu marido) ao consultório da Dra F., minha endocrino. Conversamos com ela sobre a colocação da bomba de infusão de insulina. A Medtronic, empresa que eu escolhi para adquirir a bomba, dá 1 mês de test drive para a gente ver se vai de fato gostar e se adaptar à bomba ou não. Estou cheia de expectativas quanto ao uso da bomba. Será que eu vou me acostumar logo com o cateter? Será que eu vou ter muitas hipoglicemias e hiperglicemias até conseguir ajustar a dose da insulina? Será que eu vou atingir o meu alvo de HbA1C <7?

Conversamos também com o representate da Medtronic e ele nos mandou as fichas cadastrais para preenchermos. Pelo que eu estou vendo, acho que até o final do mês eu começo o test drive!! Ai que frio na barriga...
A Dra F. pediu para eu fazer por uma semana todos os testes pré e pós prandias (antes e depois das refeições) e anotar os resultados junto com a contagem de carboidrato que eu faço, além de qualquer correção no controle que eu tenha que fazer. Eu sempre faço os testes antes, mas nem sempre eu faço depois. Ela quer ter um panorama de como eu estou e de onde eu preciso melhorar. Ela pediu também para eu fazer a HbA1c essa semana para a gente comparar o antes e o depois da bomba.

Comecei ontem a fazer as anotações do meu controle. Fiquei feliz da vida com o resultado!! Acordei com 105 mg/dl, tomei café da manhã, fiz esteira e testei de novo. Estava com 123 mg/dl. Antes do almoço 96 mg/dl e depois 75mg/dl. Antes do jantar 73 mg/dl e na hora de dormir 145 mg/dl. Eu nem acreditei. Hoje o negócio já desandou... acordei com 40 mg/dl e com enxaqueca. Sempre que tenho uma hipo ao acordar a enxaqueca vem junto. Comi e deitei um pouquinho para ver se a dor de cabeça passava. Levantei e fiz o teste de novo: 176 mg/dl. Tomei a Levemir e a Novorapid e comi um pouco. Vamos ver como vou ficar na hora do almoço.

Diabetes é isso: uma emoção atrás da outra... cheia de altos e baixos... rsrsrs... Mas é impressionante a diferença entre o dia que eu como direitinho e faço ginástica e o dia que eu relaxo. A gente precisa perseverar no cuidado com a saúde para ter um bom controle. Eu cheguei a conclusão ontem a noite que um bom controle NÃO é utópico, idéia essa que me acompanha há muitos anos.

Bom, espero que dê tudo certo com a bomba e que eu consiga perseverar no bom controle, dia após dia!!


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domingo, 5 de julho de 2009

Minha história - parte 1

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Tudo começou aos 7 anos de idade com um macacão que eu não conseguia desabotoar sozinha.
Foi aí que a minha mãe percebeu o quanto que eu ia ao banheiro, já que eu pedi para ela desabotoar o meu macacão umas 15 milhões de vezes naquele dia (é claro que eu estou exagerando um pouquinho, mas só um pouquinho!). Ela achou que eu estivesse com uma infecção urinária e me levou ao pronto socorro no outro dia. Fui examinada por vários médicos e fiz um exame de sangue. Enquanto a gente aguardava pelo resultado do exame minha mãe me deu um Lolo e um Yakult!!!!!!
Eu me lembro da expressão no rosto dos médicos quando nos chamaram de volta ao consultório com o resultado do exame na mão. Me lembro também do olhar confuso da minha mãe e depois a minha mãe ligando para o meu pai chorando, dizendo que eu tinha que ficar internada no hospital. Eu me lembro da insulina, porque a primeira insulina a gente nunca esquece... e finalmente, eu me lembro de como eu comecei a me sentir melhor depois daquela injeção. Nem preciso dizer que a minha vida nunca mais seria a mesma.
Fiquei 2 semanas internada no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. Lá os meus pais foram orientados pela endocrino pediátrica, nutricionista e, se não me engano, pela psicóloga também. Hoje eu vejo que o apoio desta equipe multidisciplinar foi fundamental para eles, porque meus pais nunca tinham ouvido falar em criança diabética e não faziam a menor idéia de como cuidar de uma. Vou aproveitar e já deixar registrado que a educação em diabetes para o diabético e sua família é tudo para o sucesso no controle glicêmico.
Há 23 anos não existia no Brasil Coca Light, bolacha diet, leite condensado diet, ovo de páscoa diet, balinha diet, Trident, etc... o que eu tinha era basicamente o adoçante. Essa parte foi difícil. Porém, minha mãe fazia milagres com o adoçante para eu não ficar passando vontade. Apesar de tudo isso, eu não me lembro de ter ficado revoltada na época do meu diagnóstico. Eu deixei a parte da revolta para a adolescência...rsrsrs... mas essa história eu conto na parte 2.
Todo o esforço dos meus pais define hoje como eu convivo com o diabetes. Eles me ensinaram o que me faria bem, o que me faria mal e as consequências das minhas escolhas. Eles fizeram tudo que estava no alcance deles para que eu fosse uma criança saudável. Não tenho como agradecer-lhes por isso.
Caramba!!!! Escrever isso me trouxe tantas memórias e emoções!!!!! Pelo que estou vendo, esse blog vai ser uma terapia para mim!!! Espero que eu consiga promover um cantinho para que nós diabéticos possamos abrir o nosso coração com nossas tristezas e alegrias também!
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