quinta-feira, 16 de julho de 2009

Que a verdade seja dita

4 comments
Eu acompanho um blog de uma americana diabética tipo 1. Eu comecei o meu blog inspirada por ela. O blog é www.sixuntilme.com e a Kerri, blogueira, trabalha, pelo o que eu entendi, como uma das editoras do site www.dLife.com, site que dá todos os tipos de informação para diabéticos. Ela é muito ativa na comunidade diabética dos E.U.A. e sempre participa de encontros, congressos e etc... Ontem eu li uma coisa no blog dela que mexeu comigo. Ela participou de um congresso em Orlando, Florida na semana passada organizado pelo Children With Diabetes (CWD), como se fosse a nossa Associação de Diabéticos Juvenis. Neste congresso ela assistiu uma palestra ministrada por um enfermeiro diabético e nessa palestra, além de outros assuntos, ele abordou o tema que para mim é um pouco complicado: o fato do diabético odiar ser diabético.
Ah... ele teve a coragem de falar isso. Em um congresso. Para diabéticos.
Eu sempre achei que essa frase era proibida de ser verbalizada, porque se eu odeio ser diabética, logo, sou infeliz e não me cuido.
O palestrante, porém, não acabou o raciocínio dele assim. Ele concluiu que você não precisa amar ser diabético. Você pode sim odiar ser diabético. MAS, você precisa se cuidar. Amando ou odiando, de bom humor ou de mau humor, com chuva ou com sol. Só que todo diabético tem o direito de ter crises e revoltas.
Como é que eu lido com isso? Eu tenho sim as minhas crises, vontade de chutar o balde e parar de me cuidar, especialmente quando eu penso que quando eu acordar amanhã, eu vou ter que tomar pelo menos 5 injeções de novo, furar o meu dedo pelo menos 5 vezes de novo, contar os carboidratos de tudo que eu comer de novo, anotar toda esssa rotina de novo, fazer exercício físico de novo, ter uma hipoglicemia de novo, ter uma hiperglicemia de novo. E essa angústia não é só até o final da semana, final do mês ou final do ano. É, a não ser que se encontre a cura, até o final da minha vida. Quem é que vai gostar de uma coisa dessas?????????????????????????????
Por isso, quando eu preciso, eu choro. Eu choro no ombro do meu marido e ele chora comigo. Ele me conforta e me anima. Choro também com 3 amigas especias: minha irmã, a Bia, minha cunhada, Denise e minha amiga Karina. E se a crise persiste, converso com a minha psicóloga. Além de tudo isso, eu sempre recorro a Deus, que é o meu socorro presente na hora da angústia.
Eu creio que nós que temos uma doença crônica temos que nos cuidar para não entrarmos em depressão.
Concluindo, eu não preciso gostar das injeções, das hipos, das hipers, etc... mas já que a vida me presenteou com o diabetes, vou fazer de tudo que está ao meu alcance para ser saudável. No final das contas, o que eu vou odiar mesmo, é sofrer com as consequências do diabetes por pura irresponsabilidade minha!!
Comentários
4 Comentários

4 comentários:

  1. querida Teresa, eu te amo e é muito bom fazer parte da sua vida, inclusive nos momentos de tristeza. Denise

    ResponderExcluir
  2. Tetê,

    Te amo querida!
    Você é minha inspiração! Te admiro mais e mais a cada dia que vivo ao seu lado.
    Quero sempre ter o privilégio de estar ao seu lado em todos os momentos de sua vida.
    Conte sempre comigo. Conte mesmo!

    bjos,

    Humberto

    ResponderExcluir
  3. ótimo post!!!

    acho q a vida é bem por ae!
    todos nós somoes "presenteados" com algo na vida. e nada acontece por acaso.

    isso foi uma dose de insulina para mim hehehehe

    ResponderExcluir
  4. Pelo que li do seu marido. Vamos criar um blog dos maridos de esposas diabéticas. Eles certamente terão muitas histórias para contar de como vivemos neste sobe e desce emocional e de como somos loucas nas hipos e comemos encondidos...às vezes...beijos não consigo parar de ler seu blog e de comentar.

    ResponderExcluir